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Catedral Nossa Senhora da Conceição

  • patrimonioreligios
  • 27 de nov. de 2023
  • 5 min de leitura

Atualizado: 10 de mar.


Áudio descrição- Catedral Nossa Senhora da Conceição

Fig.1: Catedral Nossa Senhora da Conceição. Fonte: Facebook (https://www.facebook.com/CatedralCachoeira/?locale=pt_BR).


História


A igreja tem início em meados de 1769, com os índios missioneiros que erigiram, nos campos da Aldeia, uma capela de palha sob a invocação de São Nicolau. Em 1779, Cachoeira é elevada a Freguesia e passando a invocar Nossa Senhora da Conceição na sede da paróquia administrada pela Diocese do R.J.

Em 1792 foi encomendado o projeto para a Igreja Matriz ao Engenheiro Militar João Róscio e em 6 de outubro de 1793 lança-se sua pedra fundamental. Em 1799 é inaugurada a Construção, nascida em período colonial.


Fig. 2: Fachada Original- antigo cartão postal da cidade. Fonte: Arquivo Histórico Municipal.


Entre 1821 e 1831 foram colocadas as portas principais e laterais. Em 1868 foi reformado o telhado e em 1874 reconstruído o frontispício original da Igreja. Em 1929, a pedido do pároco Monsenhor Luiz Scortegagna e sob o comendo do escritório do arquiteto Vitorino Zani a fachada foi remodelada novamente. Agora em estilo eclético teve suas torres elevadas e recebeu um novo altar. Em 1930 recebeu a imagem da Nossa Senhora entre as torres.


Fig.3: Vista aérea da Nossa Senhora entre as torres da Igreja. Fonte:

Entre 1963 e 1983, a Igreja recebeu sua reforma mais drástica, sob o comando dos arquitetos Flavio Figueira Soares e Lincoln Ganzo de Castro e a colaboração de Augusto César M.de Lima quando a igreja foi ampliada no comprimento e na largura, e recebeu uma renovação liturgica.

Em 1969 a Matriz passa a ser considerada Monumento Histórico.

Em 1991 foi criada a Diocese em Cachoeira do Sul, assim a Igreja Matriz passou a se chamar Catedral Nossa Senhora da Conceição e receber o  primeiro Bispo da cidade, o Bispo Dom Ângelo.

Em 2002, em decorrência de problemas de infiltração, com o apoio do COMPAHC , acionou-se o IPHAN-RS que destacou o arquiteto Luiz Fernando Rhoden para orientar o projeto e a nova reforma.



Arquitetura


No seu projeto original, datado no ano de 1792 realizado pelo engenheiro militar  português João Róscio (1733-1805), a  da igreja apresentava o estilo colonial português. Entretanto, após sucessivas reformas, algumas características originais foram totalmente alteradas.

A imagem abaixo é do ano de 1929 e retrata o período em que houve a reforma e remodelação da fachada principal .Sua fonte é a notícia encontrada no jornal local: o Jornal do Povo, desse  mesmo ano, demonstrando quanto a cidade ansiava a melhora da igreja e a sua grande devoção pela paróquia.


Fig. 4: Remodelação da fachada da Igreja. Fonte: Jornal do Povo.


É um estilo tardiamente implantado no Brasil, este se refere aos estilos implementados durante todo o Império Português , adaptando o que vinha da Espanha para a colônia. É caracterizado por detalhamento interno maior que externo, planta retangular e fachadas principais com frontões triangulares e três portais. Este é o estilo original da Igreja Matriz, atual Catedral Nossa Senhora da Conceição.

A fachada principal apresenta composição simétrica organizada em três zonas verticais, com duas torres sineiras, divididas em três módulos horizontais. Estas torres acompanham o módulo de entrada ao edifício, uma prática comum utilizada no período barroco, cujas torres flanqueavam a zona das aberturas. Na parte inferior observam-se três portas em madeira que dão acesso a nave principal. Já na porção superior, acima do frontispício da igreja avista-se a imagem de Nossa Senhora da Conceição, restaurada em 2017.



Fig 5: Frontões triangulares laterais. Fig. 6: Porta Principal. Fig. 7: Fachada, 2023.

Fig. 8: Vista lateral da torre do sino. Fig. 9: Rosácea. Fig. 10: Detalhamento dos cunhais da porta.

Fonte das imagens: a autora.



Além disso, sobre a arquitetura, também foi-se modificado os detalhamentos da fachada, com rebuscamentos nas portas, mas apesar das mudanças as características coloniais do frontão principal triangular, três portas e cunhais decorados foram mantidas.


Fig. 11: antigo altar. Fonte: Arquivo Histórico. Fig. 12: Atual altar. Fonte: Arquivo Histórico.



Fig. 14: Antigo altar lateral. Fonte: Arquivo Histórico. Fig 15: Atual altar lateral. Fonte: Arquivo Histórico.


Os entalhes dos entábulos da Capela-Mor e o qual abriga o Sntíssimo Sacramento foram feitas pelo entalhador Maurílio Antônio Telles.


Fig. 16: Interior Atual e vista do Altar principal. Fonte: Arquivo Histórico.


O Engenheiro


O geógrafo e engenheiro militar Francisco João Roscio chegou ao Brasil em 1767 e foi responsável por vários projetos de igrejas, vilas e prédios públicos, dos quais a Catedral foi uma das principais a ser realizada.

Entre os anos de 1801 e 1803 ocupou o cargo de governador interino da Capitania do Rio Grande de São Pedro.

Róscio também foi escritor do livro "Compêndio Noticioso do Continente do Rio Grande de São Pedro", 1774- 1775, onde discorre acerca do modo de viver e costumes da região.


Nossa Senhora da Conceição


Nossa Senhora da Conceição é a santa padroeira da diocese, a qual lhe é devota. Seu dia de festa litúrgica ocorre no dia 08 de dezembro. Ela também é a santa padroeira de Portugal e dos Estados Unidos. Por ser padroeira de Portugal e de toda lusofonia a sua devoção pelos brasileiros é tão forte.

A devoção à ele vem desde o século XV e oficialmente a sua festa litúrgica ocorre desde 1477, quando o Papa Sisto IV ordenou que a sua festa constasse no calendário.

Uma curiosidade é que a Nossa Senhora de Aparecida é uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, transformada pela devoção popular.
















Fig. 17 Nossa Senhora da Conceição Fonte: a autora.



Altar


  No altar da Catedral Nossa Senhora da Conceição, além do Cristo Crucificado pode ser encontrada a imagem da padroeira, cuja devoção no Brasil tem origem em 1632, com a chegada na então Vila dos Reis Magos da Ilha Grande de uma imagem da Imaculada Conceição vinda de Portugal. Nossa Senhora da Conceição é a Rainha e Padroeira de Portugal, de todos os povos de Língua Portuguesa.

Fig. 18  Sacrário no altar-mor da igreja. Fonte: a autora.



O Senhor dos Passos


A imagem de Nosso Senhor dos Passos tem significado profundo para a iconografia Cristã. Relembra o trajeto de Jesus acarregando a cruz até o calvário onde foi crucificado. O exemplar da matriz cachoeirense corresponde a uma imagem de vestir, em madeira articulada, com cabelos humanos e olhos de vidro, conferindo um maior realismo ao exemplar, conduzido anualmente na procissão das Sextas-feiras da paixão. A imagem passou por restauro entre 2005 e 2013, quando retornou a sua função original.


Fig. 19: Nosso Senhor dos Passos. Fonte: Acervo Museu Municipal Edyr Lima.



Curiosidades


Há quem diga que a arquitetura da Igreja Matriz foi idealizada para a defesa da cidade de Porto Alegre levando em consideração o contexto de embates da Guerras dos Farrapos, por conta disso: 

  • No entanto, observa-se que as aberturas de algumas janelas da fachada frontal possuem angulação de 45° para os soldados defenderem o interior em caso de ataque;

  • Paredes mais espessas, pois o seu interior poderia atuar como um forte de proteção.


Fig. 20: Abertura. Fonte: a autora.


Localização


Fig. 21: Adaptação de Google Maps.


Localizada em uma travessa da rua Moron, ao lado da Praça Dr. Balthazar de Bem, a sua frente temos o Chateau d' Eau, cartão postal da cidade.


Dados Técnicos


Nome oficial: Catedral Nossa Senhora da Conceição

Nome popular: Igreja Matriz

Tombamento  COMPAHC: 1985

Inauguração: 1993

Engenheiro Militar: João Róscio

Estilo arquitetônico: Colonial Português



Referências


  1. Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural. COMPAC . Cachoeira do Sul, RS.                                          

  2. Inventário do Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul. SPHAN Pró-memória 10ºDR.

  3. Jornal do Povo, edição 13 e 14 de Março de 1994.

  4. Patrimônio Sacro Arquitetônico do Rio Jacuí. Resultado do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/20.

  5. RITZEL, Mirian. Bela que só ela!. Associação Cachoeirense de Amigos da Cultura. 2021. ISBN 978-65-00-11789

  6.  Arquivo Histórico de Cachoeira do Sul



Agradecemos a MITRA Diocesana de Cachoeira do Sul pela colaboração com nossa pesquisa.

 
 
 

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